Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades TRANS
22 e 23/10/2014 - Auditório do CFH - UFSC -Florianópolis -SC
APRESENTAÇÃO.
OTrans Day NIGS - Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades TRANS - é organizado desde 2010 pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sendo o primeiro evento brasileiro pela despatologizaçao das identidades trans no âmbito da Campanha Internacional Stop Trans Pathologization. Dando continuidade às quatro edições anteriores, o V Trans Day NIGS será realizado nos dias 22 e 23 de outubro de 2014 no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC.
Em 2013 foi publicada a quinta versão do DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), na qual a transexualidade, antes considerada um "transtorno de identidade de gênero", ou seja, um "transtorno mental", passou a ser "disforia de gênero". A não conformidade com o gênero não implica em si uma "disforia". Apesar das mudanças, estão ainda presentes no campo das transexualidades discursos médicos e “psi” que precisam ser problematizados em conjunto com as práticas de saúde, assim como outras demandas legais e judiciais e as implicações de classe social imbricadas.
O V Trans Day NIGS tem como objetivo ampliar a reflexão científica e o debate sobre a patologização das identidades trans, abordando temas de grande importância política em nível nacional e internacional no campo dos estudos de gênero, tendo como enfoque os dilemas e paradoxos que envolvem a patologização dos sujeitos trans tanto no plano subjetivo quanto em suas implicações sociais e políticas. A idéia é discutir a temática das identidades e categorias de gênero como tema geral presente em todas as atividades, já que os campos médico e jurídico têm um modo de conhecer a transexualidade que leva ao encerramento dos sujeitos em conceitos fechados e estabelecidos. Também alguns movimentos sociais trabalham a partir dessa ótica das categorias, enquanto outros negam completamente os enquadramentos. Em todos esses casos, as reinvidicações trazem impressas os modos de pensar dos movimentos sociais envolvidos, tornando imprescindível para a Academia entender esses movimentos políticos e identitários, junto com as proposições teóricas do feminismo atual.
Desejamos ampliar, com a realização deste Seminário específico sobre transfobia, cidadania e identidades trans, o espaço acadêmico de discussão e troca de saberes entre a universidade, movimentos sociais e Estado, visando contribuir para o respeito à cidadania destes indivíduos e grupos sociais, através da implementação de políticas públicas inovadoras no campo do gênero e das sexualidades.
Para isto reuniremos pesquisadores/as que estudam identidades ou expressões de gênero trans, ativistas dos movimentos de travestilidades e transexualidades e formuladores asde políticas públicas no campo dos direitos humanos e da saúde para esses segmentos
A palestra de abertura será realizada pelo Prof. Dr. Alain Giami, doutor em Psicologia Social pela Université Paris-Diderot e pesquisador do Institut Nationale de la Santé et de la Recherche Médicale (INSERM), de Paris.
Haverá também a palestra do prof. Wiliam Siqueira Peres, doutor em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e professor do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras de Assis.
Serão realizadas três rodas de conversa:
1. “Transmasculinidades"
2. “Desafios do reconhecimento do nome social no Brasil”
3. "Experiências e impasses em relação ao nome social e cidadania trans em Santa Catarina"
Em outubro de 2010, NIGS organizou oTrans Day NIGS 2010, inserindo a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no circuito internacional de atividades que marcam a luta pela despatologização das identidades transexuais e trangêneros ao redor do mundo, através da campanha Stop Trans Pathologization – 2012. Esta visa a luta pela despatologização das identidades trans (transexuais e transgêneros) e pela sua retirada dos catálogos de doenças, o DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), da American Psychiatric Association, cuja versão revista foi publicada em 2013, e o CID (Classificação Internacional de Doenças), da Organização Mundial da Saúde (OMS), que será revisto em 2014.
Em 2011 foi realizado o II Trans Day NIGS - Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades Trans, que teve como característica a incorporação do campo das artes plásticas na reflexão teórica proposta pelo NIGS, através de um manifesto visual que teve exposição itinerante na UFSC e uma mostra de filmes sobre a temática trans. Em 2011 o seminário contou com a participação de importantes pesquisadores/as da temática trans, como Tatiana Lionço, Berenice Bento, Fátima Lima, Guilherme de Almeida, Mônica Siqueira, Alexandre Câmara Vale e Rosa Blanca, e teve também a participação de ativistas como André Guerreiro e Gabriela Silva. Ainda nessa edição, tivemos o lançamento do livro "Viagem Solitária", de João W. Nery.
Em 2012 foi realizado III Trans Day NIGS, no qual debatemos questões especificas à população trans no Brasil, grupo com pouca visibilidade no campo das lutas LGBTTT. Nessa edição, as rodas de conversas versaram sobre políticas públicas para a saúde trans e ambulatórios “T”, nome social como estratégia de inclusão e aspectos jurídicos e (in)visibilidades trans, nas quais estavam presentes ativistas e pesquisadores/as. Realizamos também um manifesto visual através da exposição de fotografias intitulada "Pelas ruas... sem etiquetas!", e uma mostra de filmes de curta-metragem sobre a temática trans, com chamada pública para submissão.
Em 2013 foi realizado IV Trans Day NIGS, que visou o debate sobre o ativismo trans e as repercussões das lutas no Brasil, os desafios da educação superior no fortalecimento da cidadania trans, trazendo à tona a questão da violência, nas suas mais diversas formas de manifestação. Foi produzido coletivamente um manifesto visual, e houve a apresentação do espetáculo teatral "Andróginos", que investiga a ruptura dos padrões dicotômicos de sexo e gênero, atravessando as fronteiras femininas e masculinas. A dualidade do gênero em atrito foi o mote para a criação da dramaturgia cênica, desenvolvida pelos atores através de improvisações.
Confira as edições anteriores.
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